domingo, 17 de maio de 2009

Web 1.0 versus web 2.0

Há muitos e muitos anos atrás, no mundo das comunicações, existia a mídia impressa (incluindo os jornais), o rádio e a televisão. Os profissionais de comunicação - jornalistas, publicitários, radialistas, relações públicas, etc - trabalhavam mensagens em diferentes linguagens para publicar nestas plataformas.

Um dia, em 1960, um grupo de cientistas malucos criou a World Wide Web, que significa em português "rede de alcance mundial", o famoso www. Essa rede de computadores iria demorar um pouco para se popularizar, o que só aconteceu na década de 1990.

Quando o mundo das comunicações entrou em contato com esse novo suporte, não pensou duas vezes e resolveu explorá-lo. Sem saber ainda como seria o alcance e que tipo de ferramentas poderia utilizar, ele começou a reproduzir o que fazia no impresso nas páginas do computador e pensou: "No futuro, não vamos mais precisar de papel!"

Mas as poucos ele foi vendo que o suporte tinha características específicas, como por exemplo não suportava a divisão de textos em colunas. O melhor para a leitura numa tela de computador seria uma coluna só. Os textos não poderiam também ser muito extensos, porque os leitores não conseguiam ler tanto assim... E daí por diante começaram as modificações na linguagem jornalística na web.

Web 1.0

Esta seria considerada a primeira fase da internet, onde não havia muitas ferramentas de interatividade com os internautas e o fluxo de informações ainda era unidirecional. A ferramenta mais popular dessa fase foram os emails, que proporcionavam rapidez e agilidade de comunicação, já que não seria necessário mais enviar uma mensagem escrita pelos correios, o que demorava alguns dias para chegar ao destinatário. Os emails foram aos poucos substituindo as cartas e o hábito das pessoas.

Nessa fase também, surgem os primeiros instant messengers, como o ICQ, e algumas ferramentas iniciais de busca, como no brasil o cadê. Mas essas eram ainda as primeiras experiências que surgiam utilizando o potencial de uma rede de computadores ligada no mundo inteiro e ainda eram muito limitadas perto do potencial que a internet proporciona.

Web 2.0

No início dos anos 2000, a internet já estava mais popular e já oferecia ferramentas que pensavam nas necessidades dos internautas e no potencial que essas interações permitiam. Começa a surgir sites de redes de relacionamento que permitiam ao internauta publicar conteúdo escrito e fotos (inicialmente) e vídeos depois, como Orkut, Facebook, MySpace. Nesses sites, as pessoas podiam se comunicar entre si e conhecer novas pessoas que tivessem interesses similares, por estarem por exemplo em uma mesma comunidade.

Com as mensagens, os internautas começaram a publicar seus próprios conteúdos. Eles também puderam criar blogs que permitiam os comentários dos posts. E as ferramentas foram surgindo... O youtube revolucionou a rede ao lançar uma plataforma simples para publicar e assistir vídeos de todo o mundo e o flickr também ficou bem popular por permitir a publicação de galeria de fotos por qualquer um.

Vendo a popularidade dessas ferramentas, as empresas de comunicação começaram a enxergar o potencial que existia na interatividade com o internauta e na produção de conteúdo multimídia para a web, o que mudou completamente a produção de notícias para a internet. Se antes, a plataforma se parecia com o impresso, a web 2.0 mostrou o caminho para o diferencial da linguagem nesse novo suporte.

As empresas abriram então espaço para os internautas comentarem as notícias (como nos blogs) e também denunciarem erros. Vários sites de jornalismo abriram seções colaborativas, como vc repórter do Portal Terra, onde o próprio internauta poderia postar notícias, fotos e até vídeos.

O Google, de uma simples ferramenta de busca, percebeu que o caminho era desenvolver um banco de dados e virou uma marca que agrega uma infinidade de ferramentas como o Gmail, Google Academic, Google Analytics, Google Talk, Youtube, Orkut, iGoogle, Google Reader, etc. Com uma única conta, os internautas podem usar todas essas ferramentas e a Google cria um banco de dados sem fim com o perfil de milhões (e porque não bilhões) de usuários. Você já imaginou a fortuna que essa informações custam?

Outra revolução que a web 2.0 introduziu na internet foi o fenômeno wiki, uma ferramenta open source de produção colaborativa aberta para qualquer pessoa. O conteúdo mais popular que utiliza essa ferramenta é a wikipedia, mas a plataforma linux também é um ótimo exemplo.

Um exemplo de como a ferramenta wiki pode ser aplicada no jornalismo são as reportagens open source. O exemplo que Paula Goes (do curso jornalismo 2.0) deu no chat da segunda semana tem me tirado o sono, confesso. Olha que legal: http://www.revistaforum.com.br/casoservatis/site/ .

Web 1.0 versus web 2.0

O principal diferença e avanço da web 1.0 para a web 2.0 foi na forma como as informações na rede interagem com os internautas. Se na web 1.0, a comunicação era restrita a emails e instant messenger, na 2.0 os internautas podem publicar seus próprios conteúdos, comentar e interferir nos conteúdos publicados pelas outras pessoas e também produzir conteúdos coletivos usando ferramentas tipo wiki.

Web 3.0

Mas os avanços não param por ai e os cientistas malucos, discipulos daqueles do início do texto que criaram a www, continuam desenvolvendo novas ferramentas e novos produtos que vão modificar a todo instante a internet. A velocidade das mudanças é enorme e temos que ficar antenados para as novidades.

E já há aqueles que estão pensando na web 3.0. Seria a terceira fase da Internet que vai utilizar as informações pessoais dos bancos de dados dos internautas (aqueles dados que você preencheu na sua conta do Google ou de outros sites) para conectar informações e tornar a navegação na rede mais simples, rápida e intuitiva. Por exemplo, ao fazer uma busca no Google, esse vai cruzar as informações das palavras com o seu perfil de usuário de rede para hierarquizar os links. Na web 3.0, através de ferramentas como o GPS, os sites também vão poder localizar o local onde você está acessando a rede, para oferecer buscas que estejam próximas a você. Por exemplo você digita cinema no seu iPhone e, com os dados do local onde você está, ele já vai localizar qual o cinema mais próximo de você, quais as opções de filmes e as próximas sessões e ainda dar dicas de onde ir comer depois.

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